14 Janeiro 2018
O procurador regional da República Vladimir Aras lista os grandes temas que deverão continuar em debate na Justiça criminal, e lança mais algumas previsões forenses para 2018. A seu ver, o ano será marcado por tentativas de enterrar as investigações que abalaram o status quo no Brasil.
“O caso Lava Jato continuará mexendo com o País, especialmente num ano eleitoral. Paixões são inevitáveis”, diz.
Aras acha importante que a investigação do Ministério Público Federal evolua do modelo de forças-tarefas, que tende ao esgotamento, para atuação por meio dos chamados ofícios nacionais especializados, como o de uma Procuradoria Nacional Anticorrupção.
Nenhuma autoridade com prerrogativa de foro foi julgada até agora. “Os primeiros a serem julgados podem ser a senadora Gleisi Hoffmann e seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo”, prevê.
A violência urbana continuará. “Nenhuma intervenção militar vai nos salvar”, diz. “Algo deve ser feito sobre nossas prisões desumanas, cruéis e degradantes.”
“Seria proveitoso um Código de Processo Penal compatível com seus pressupostos de proteção dos direitos individuais dos acusados e de consideração dos direitos das vítimas”, sugere.
Vladimir Aras é Mestre em Direito Público (UFPE), MBA em Gestão Pública (FGV), Professor de Processo Penal (UFBA) e membro do Ministério Público desde 1993, atualmente no cargo de procurador regional da República (MPF) em Brasília.
Escrito por Vladimir Aras