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ANPR participa de lançamento de campanha de combate ao feminicídio do MPDFT

ANPR participa de lançamento de campanha de combate ao feminicídio do MPDFT

A vice-presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), Luciana Loureiro, compareceu, nesta sexta-feira (24) à solenidade de lançamento da campanha “Violência contra a mulher não é normal – abra os olhos, sua atitude pode mudar o final”. A iniciativa do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) tem o objetivo de conscientizar sobre a questão da violência contra a mulher, em especial, o feminicídio. O evento foi na sede da instituição, em Brasília (DF).

“A violência contra a mulher decorre muito fortemente de uma cultura machista e patriarcal ainda entranhada na mentalidade social. O processo de evolução desse pensamento é lento e depende do comprometimento de cada um de nós, daí a importância da campanha, que tem uma linguagem forte (mas necessária) e direta, justamente para atingir o público em geral, não apenas os meios político-jurídicos”, reforça Luciana Loureiro.

A campanha tem como madrinha a atriz Juliana Paes e a banda de rap Tribo da Periferia como parceira. Durante o lançamento, o grupo exibiu um videoclipe, em que, por meio da linguagem musical e gestual, os artistas alertam para uma das mazelas sociais, que é a violência de gênero.

O compositor da música, Luiz Fernando Correia da Silva, mais conhecido como Duckjay, afirma que o rap sempre foi uma arma para lutar contra as mazelas sociais.

"Não existe ninguém melhor para conversar com a comunidade do que o rap. Vamos nos juntar, denunciar e divulgar essa força contra o feminicídio e a violência doméstica para criarmos um mundo melhor para nossas mulheres, filhos e família. Não só nas periferias, mas em todo país, pois este é um crime sem raça, credo e classe social, que atinge todas as esferas da nossa sociedade, afirma Duckjay.

O procurador-geral de justiça do MPDFT, Georges Seigneur, enfatiza o papel do Ministério Público no enfrentamento a esse tipo de crime. "A violência doméstica precisa ser denunciada. O Ministério Público está aberto para receber a vítima, para que ela se sinta acolhida e saiba que aqui tem um parceiro com quem pode contar", afirmou.

Números preocupantes

Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) demonstram que, no ano de 2023, 1.463 mulheres foram vítimas de feminicídio no Brasil, ou seja, uma taxa de 1,4 mulheres mortas para cada grupo de 100 mil pessoas. É o maior número já registrado desde a tipificação do feminicídio em lei.
Nesse cenário, o Distrito Federal aparece em terceiro lugar com maior número de feminicídios. No DF, a taxa foi de 2,3 por 100 mil mulheres. Houve um aumento de 78,9% entre 2022 e 2023. O total de mulheres mortas por razões de gênero passou de 19 vítimas, em 2022, para 34 vítimas no ano passado.

“O feminicídio é a evidência mais cabal e é uma violência evitável, uma vez que, antes da violência letal, muito provavelmente outros tipos de violência já aconteceram, como ameaças, violência física ou psicológica", avalia a coordenadora institucional do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Juliana Martins.

Participaram também do evento: o 1º vice-presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), desembargador Roberval Belinati; a secretária nacional de enfrentamento à Violência Contra Mulheres, Denise Mota Dau; o superintendente nacional da Caixa, Carlos Augusto Jenier; o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Manoel Carlos de Almeida Neto; o representante do grupo de rap Tribo da Periferia, Walter Moura; a senadora Leila Barros (PDT- DF); a deputada federal Érica Kokay (PT-DF); além de demais autoridades do judiciário, executivo e legislativo.

 

Assista ao vídeo da campanha:

Assista a cerimônia de lançamento da campanha:

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