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Pedro Jorge: 41 anos sem um dos maiores símbolos do MPF

Nesta sexta-feira (3), completam 41 anos que o procurador da República Pedro Jorge de Melo e Silva foi brutalmente assassinado em Olinda, Pernambuco. O membro do Ministério Público Federal (MPF) foi vítima de uma emboscada orquestrada por denunciados no chamado “Escândalo da Mandioca”, caso investigado por Pedro Jorge e que ficou conhecido como um dos maiores esquemas de fraude na época.

Em março de 1982, Pedro Jorge de Melo e Silva foi morto à queima-roupa – com três tiros, quando saía de uma padaria, em Olinda. De acordo com as investigações, ele foi silenciado por denunciar os envolvidos em mais de 300 financiamentos irregulares para o plantio de mandioca, concedidos pelo Banco do Brasil, em Floresta, município no sertão de Pernambuco.Para a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) , o crime ocorrido à luz do dia, que chocou o país não pode cair no esquecimento. O presidente da ANPR, Ubiratan Cazetta, lembra o legado deixado por Pedro Jorge como agente público no exercício da função e em defesa de interesses da sociedade.

"Relembrar Pedro Jorge é mais do que uma data na agenda da ANPR. É trazer de volta sempre a ideia da importância da independência do membro do Ministério Público e do apoio institucional à sua atuação para que possamos dar à sociedade uma resposta tanto na atuação criminal como na atuação de tutela coletiva, na defesa de meio ambiente", ressaltou 

No ano passado, a entidade, em parceria com a Fundação Pedro Jorge (FPJ) e a Procuradoria da República em Pernambuco, inaugurou um monumento em homenagem ao procurador. A estátua foi erguida na praça em frente à sede da PR-PE, em Recife. À época, autoridades, colegas de instituição, amigos e a família de Pedro Jorge relembraram a tragédia e a trajetória.

“Nosso Pedro Jorge deixou essa vida há 41 anos. Mas ele vive em nós. E vive no MPF, que honra sua história. Seus breves 35 anos de vida deixaram um legado sólido e profundo de honra, e amor, e justiça”, destacou uma das filhas de Pedro Jorge, Roberta Viegas.

A diretora da Fundação Pedro Jorge, Melina Montoya, reforça que a luta do colega permanece viva. “Pedro Jorge vive no ideal de luta que permeia o ânimo dos procuradores da república na sua atividade. Pedro Jorge vive como um símbolo de coragem e de serviço em prol de uma sociedade mais justa”, enfatizou.

Para a ANPR, os esforços para contar essa história que entrou para a história do país não se esgotam. Tanto que a entidade lançou um podcast a respeito do tema. Em cinco episódios, é possível obter detalhes do esquema, do trabalho de Pedro Jorge e do assassinato.

“O Escândalo da Mandioca” se tranformou num livro. A autora é nada mais nada menos que a subprocuradora-geral da República aposentada Dalva Almeida. Em 1982, ela assumiu a vaga de Pedro Jorge e recebeu a missão de prosseguir com as apurações acerca do esquema de fraude, que resultou em um prejuízo de cerca de R$ 34 milhões aos cofres públicos.

Neste 3 de março de 2023, a ANPR reforça o compromisso de disseminar a vida e trajetória de Pedro Jorge como forma de reiterar a defesa pela independência do Ministério Público, dos seus membros, e da democracia.

"Relembrar Pedro Jorge é sempre celebrar o desenho de um Ministério Público independente, autônomo e ligado à sociedade no cumprimento do seu dever", finalizou o presidente Ubiratan Cazetta.

 

 

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