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Homenagem aos aposentados: Haroldo Ferraz da Nóbrega

A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) inicia, a partir de hoje, uma série em homenagem aos membros do MPF recém-aposentados: Histórias do MPF - Aposentados. Como uma homenagem, a entidade apresentará um perfil e uma pequena entrevista com aqueles e aquelas que colaboraram com a construção do Ministério Público Federal (MPF) para o fortalecimento da sociedade. 

Haroldo Ferraz da Nóbrega

Nascido na Paraíba, Haroldo Ferraz da Nóbrega iniciou a carreira no MPF em 1973 e compôs a diretoria da ANPR de 1977 a 1979. Foi coordenador de algumas Câmaras de Coordenação e Revisão, com destaque para sua passagem à frente da Câmara de Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais (6CCR/MPF). Foi procurador-chefe da Procuradoria da República no Distrito Federal, de 1984 a 1989, e vice-procurador-geral da República, de 1995 a 2003. Como subprocurador-geral da República, oficiou junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e à Segunda Turma do Supremo.

Em sua fala, durante a sessão solene feita em sua homenagem, antes de se aposentar, em maio deste ano, o subprocurador repassou sua trajetória no MPF, enalteceu colegas de instituição e fez um apelo para que a instituição siga a sua missão de realizar a democracia plena no Brasil ."Enquanto houver uma pessoa sem teto, sem emprego, sem saúde, a democracia não terá sido realizada. A democracia é um caminho", afirmou.

Para Ubiratan Cazetta, presidente da ANPR, Haroldo conseguiu, passados 51 anos de Ministério Público, no estado da Paraíba e no MP Federal, preservar o olhar também para o bonito, para o positivo, ainda que enxergando o negativo e tendo de lutar contra ele nas funções que ocupava. "Ele sempre manteve a disposição de ensinar a quem vinha depois, o que é ser, não apenas membro do MPF, mas o que é ser humano, o que é ser, na real expressão da palavra, gente querida, amada, com qualidades, com erros, que todos cometemos, mas que as qualidades sobrepõem, sem dúvida".

 Confira a entrevista com Haroldo Ferraz da Nóbrega

- Por que decidiu ser procurador da República?
Eu já era promotor no Estado da Paraíba. O procurador da República era, digamos assim, um promotor federal. Mudei de carreira pois desejava lidar com os crimes federais.

- Se pudesse, qual conselho daria para o senhor jovem, recém-empossado no MPF?
Sejam constantes, dediquem-se... e nunca percam os prazos.

- Quais momentos foram mais marcantes em sua carreira?
Minha carreira não teve momentos marcantes. Apenas procurei cumprir os deveres do meu cargo e fazer um trabalho pelo menos razoável, e até mesmo bom.

- Quais foram os maiores desafios?
O maior desafio da minha carreira foi o de procurar fazer um trabalho bom dentro dos prazos legalmente estipulados.

- Como gostaria de ser lembrado daqui alguns anos?
Como aquele Procurador que comparecia diariamente ao trabalho e nunca se preocupou em disputar cargos comissionados, aceitando-os naturalmente quando foi designado.

- Quais são os seus planos para a aposentadoria?
Por ora, os planos são cuidar da saúde - afinal de contas, já tenho 75 anos - e continuar a leitura dos clássicos, antigos e modernos, da ciência penal e da ciência processual penal.

 

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